A lição que aprendi
Se você tem
filhos sabe que eles nos ensinam muito constantemente, quem dera parássemos
para ouvi-los sempre, pois com toda certeza, eles tem muito mais a nos ensinar
do que nós a eles... você já parou para ouvir o som contagiante que é a risada
de seu filho ao se sentir voando no balanço de um parque, o meu filho me fez
sentir isso um dia desses, o quanto o simples, pode ser mágico, o quanto menos
é realmente mais e como a simplicidade traz em si a delicadeza da plenitude. Se
você não os têm, vá num parque e ouça o som das crianças, o quanto eles
contagiam apenas com um sorriso, observe seus comportamentos, suas atitudes,
reflita e aprenda, você definitivamente, não irá se arrepender.
O simples
os encanta. Pena que perdemos essa capacidade. Passamos a querer mais e mais. E
para quê, se no final é na simplicidade do sorriso que somos plenamente
felizes.
Como disse
um dia desses meu filho me ensinou exatamente isso, e também, que preciso
evoluir um pouco mais (muito mais).
Ele estava
perto de alguns garotos no parque e pediu para brincar com eles, como um dos
garotos estava muito interessado no caminhão enorme e ricamente cheio de
apetrechos do outro disse a meu filho que ele não poderia brincar. Ele não se
abateu e foi para o balanço, pouco tempo depois esses mesmos garotos vieram
pedir os brinquedos dele (que por sinal eram os mais simples possíveis - pás e
baldinhos, além de potes reutilizados como garrafas velhas e pote de molho de
tomate). Eu me senti contrariada e por mim diria não, afinal, eles o ignoraram
pouco antes, mas deixei que ele decidisse e resolvesse essa questão por si só.
Claro que fiquei por perto, achando na minha gigantesca ignorância, que teria
de intervir e resolver por ele, contudo para minha surpresa, sem o menor apego
ele disse, podem sim claro!
Bom, me
senti muito envergonhada internamente, pois, em sua infinita inocência, meu
filho me mostrou o perdão. Ele poderia ter se vingado, ter dito que não,
poderia ter zombado na cara deles, poderia ter esnobado, enfim ele poderia ter
feito de tudo, mas ele optou pelo perdão, pela caridade, pelo amor, ele
simplesmente esqueceu o que passou e seguiu em frente. Até porque aquele balanço
estava tão divertido, para que ele iria estragar seu dia com coisinhas tão irrelevantes
naquele momento para ele, por que iria transformar algo tão pequeno em uma
avalanche de maldades que poderia gerar desconforto, discussão, intriga e
sabe-se lá mais o quê.
Ele seguiu
seu coração, que lhe dizia para apenas brincar e o resto se ajeitou por conta,
ele não precisou brigar para poder brincar, bastou que fizesse o que foi para
fazer ali, seguiu o seu propósito por mais simples que pareça.
E eu bem
sei que o simples as vezes é o mais difícil, mas só as vezes, e isso por que
somos nós que complicamos tudo por falta de mais simplicidade no olhar, e de não
nos lembrarmos o que nos trouxe até aquele momento ou situação – as vezes a
gente só vem pela diversão, e nada mais.
E Nosso dia
foi assim, glorioso. E Partículas de ouro continuam a se manifestar em nossas
vidas desde aquele dia. Lição aprendida filho (e agora repassada também).
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