Quando as máscaras caem
E quando
as máscaras caem, e quando as faces se tornam expostas, as almas desnudas
transparecem e a real intenção do ser se apresenta. E quando não há mais como
justificar, amenizar, e quando não dá mais para tentar não ver.
Não ver o
outro, não ver o que você projetava nele, almejava nele, acreditava nele,
quando não dá mais para não deixar de ver que o outro não era quem você
pensava, esperava, almejava, amava. E quando encarar a realidade do outro é a única
alternativa. Isso dói, incomoda, irrita, é como as fases do luto: vem a negação
de que aquilo é verdade. Tentamos voltar a não ver, inútil. Passamos então para
a raiva, como aquela pessoa tão querida pode te trair, trair sua confiança,
trair tudo aquilo que você depositou nela? Como? Daí tentamos negociar...ah
talvez não seja tanto assim se eu tapar um olho eu não verei tudo assim tão
feio, como está agora, não é? É, é ai que caímos na depressão, pois, não dá
para voltar atrás a máscara já caiu, a realidade já está ali te encarando e
você pode até tentar mais fugir não será a solução, sendo assim chegamos ao estágio
‘final’ a aceitação. Aceitar que aquela é a sua nova realidade perante aquela
ou aquelas pessoas. Esta é ela de verdade. E ainda dentro deste processo de
luto, cabe a você e somente a você decidir o que fazer com isso.
A verdade não vai deixar de existir só porque
você não consegue lhe dar com ela, pelo contrário, quanto mais tentar fugir
dela mais ela vai ao seu encontro. É uma espécie de despedida forçada e para
sempre, despedida daquilo que você acreditava ser verdadeiro, mais que agora
não é.
Recentemente,
mas não primariamente, me deparei com uma situação assim, e apesar de já ter
passado por isso uma vez, sempre bate forte, quando as pessoas em quem
acreditamos ou confiamos deixam cair suas máscaras e se apresentam como
realmente são. E se esse realmente é o oposto do que víamos, bem, o luto surge
irremediavelmente.
Pior ainda
é quando caímos em si percebemos que fomos nós quem ajudamos a criar a tal
máscara, fomos nós que projetamos nela o que gostaríamos de ver, queríamos que
ela fosse. E é isso mesmo, somo co-responsáveis pelo que creditamos ao outro,
até mesmos suas diversas faces (as máscaras).
Você
projetou, mais quando ela refletiu você não gostou do que viu? Pois bem, o
problema é seu, assim como a solução também. Daí você pergunta...
Mais e agora
o que fazer?
Eu aceitei.
Adentrei profundamente nessa fase de aceitação, e como não havia como deixar de
conviver com aquelas pessoas, não havia como muda-las, eu passei a viver. Viver
minha vida independente do que o outro seja ou não. Não permiti que a forma que
elas são, agora, a real, pudesse mudar quem eu sou. Se vivemos numa sociedade
onde as máscaras são uma forma de sobrevivência, optei por usar minha face,
socializar sim (talvez até politizar), mas não deixar de ser quem sou em função
do que o outro é. Parece complicado, e é, só que nem tanto assim(rs); se fui eu
quem construiu, ou ajudou a construir a máscara alheia, eu também posso –ao menos
para mim -descontruir. A dela e a minha, também, por que não!
Eu apenas
sou. E não sou melhor que ninguém. O outro é o que ele é, com ou sem máscaras e
tenho que aprender a ver o que tiver ali de melhor. E assim convivemos,
vivemos, socializamos e nessa ‘dança’ da vida. O baile segue, só que agora para
mim um baile sem máscaras, mas que não perdeu seu encanto, talvez agora tenha ganho
mais brilho, o brilho da luz da verdade- para mim e para você(talvez), vamos
bailar?!
Simplesmente, ma-ra-vi-lho-sa reflexão!!!!!
ResponderExcluirPatty parabéns e gratidão por compartilhar.