Dia desses me vi sendo obrigada a
tomar um remédio amargo, de gosto terrível; era meio da tarde e só depois que
tomei o tal remédio foi que me dei conta que não tinha nada para colocar na
boca para amenizar aquele gosto terrível. Estava em um momento e local que não
era possível sair para comprar uma água ou uma balinha. Na bolsa nem um
chiclete velho para me consolar e não ia pedir a um estranho algo de comer. Presa
ali, o gosto persistia e, às vezes, me via fazendo até caretas.
Só pensava naquele gosto e na minha
falta de atenção comigo mesmo, meu descuido em não me certificar antes se teria
ou não algo para aliviar caso o gosto fosse ruim.
Minutos se passaram e comecei a
me conformar que ficaria sentindo aquele gosto até poder sair dali.
Mais minutos se passaram e aos
poucos fui me distraindo com meus pensamentos... meu próximo compromisso, algo
que esqueci no trabalho, a lição de casa do filho, ligar para marcar consulta,
uma pessoa que passou por mim falando sozinha, um pássaro que pousou ali bem
perto; e outros tantos pensamento e cenários.
Quando dei por mim havia
esquecido do remédio, o gosto ruim tinha passado, meu compromisso ali se
encerrou e eu segui com a vida.
O que naquele momento parecia ser
algo enorme, um problema quase sem solução, se mostrou ser mínimo, e acabou
passando.
Como tudo que na vida passa. Ficando
apenas a lembrança do gosto, o ensinamento para nunca deixar de ter uma balinha
na bolsa para emergências (rs) e uma coisa muito boa, pois pouco tempo depois, mesmo
com seu gosto ruim, o remédio cumpriu sua função e o mal-estar que sentia
passou e tudo ficou bem.
Engraçado que esse episódio quase
inexpressivo me fez refletir sobre a vida e quantas e quantas vezes dei tanta
importância a algo ruim que logo passou e no fim foi até bom para mim - uma
mudança, um termino, um (re)começo… a vida é sabia e como o gosto amargo
de remédio vem e vai, os problemas, as dificuldades também.
O que aprendemos com isso, este
processo e o que fazemos com esse aprendizado é o que fica, e faz todo o
remédio de gosto ruim que a vida nos faz engolir (ou nos mesmos nos impomos) que
valem a pena no final.
Obs. O tal remédio é natural estou
aprendendo a me tratar o mais naturalmente possível e recomendo.
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